Por puro marketing ou para promover saúde? Quando é que se passa da demanda de vender um produto alimentar e se entra no campo da saúde? Será que, pela cabeça dos produtores, passa a vontade de diminuir o número de obesos ao acrescentar L-carnitina às bolachas ou a necessidade é mesmo a de facturar? A L-carnitina é apenas um exemplo. Hoje em dia há um crescente aumento de informação sobre a alimentação. Somos bombardeados diariamente pelos Media com novos produtos e alertas com o que devemos ou não comer. Temos maior acesso à constituição dos alimentos, o que influencia a comunicação sobre a alimentação.
Comunica-se, também, para divulgar alimentos relacionados com religiões, tendências e regimes alimentares. Comunica-se quando se descobrem novas substâncias nos alimentos, benéficas ou não para o organismo, tóxicas ou não, “milagrosas” os não! Comunica-se por polémica ou para sensibilizar. Quantos de nós já não discutiram sobre alimentos geneticamente modificados? E quantos de nós já não viram imagens impressionantes de obesos mórbidos, na tentativa que retardar essa epidemia que é a obesidade?
Perguntámos a alguns amigos, em conversas de ocasião, por que é que se comunica tanto sobre alimentação. E quase todos eles foram unânimes em responder que a alimentação está presente em quase tudo o que fazemos, que “comer” é uma necessidade básica, um prazer, uma arte, que “saber comer” é uma ciência, que certos alimentos retardam o envelhecimento e que outros são carcinogénicos. A maioria de nós, à parte de factores económicos ou outros interesses semelhantes, vê a comida – e a alimentação – como veículo para promover saúde. E certamente terá sido esse o objectivo de Oliviero Toscani, ao realizar uma campanha polémica contra a anorexia (imagem), no arranque de mais um evento de moda em Itália, no qual uma anoréctica decidiu ser um “exemplo-a-não-seguir”. Aí está uma bela forma de comunicar…! (fonte: Reuters).